O grupo de alunos da UFPR liderado pelo professor do curso de Arquitetura e Urbanismo Aloísio Schmid já apresentaram o projeto na competição Race to Zero, nos Estados Unidos. Promovida pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos a competição Race to Zero ocorreu neste ano entre os dias 22 e 23 de abril, e tradicionalmente tem o objetivo de inspirar estudantes a se tornarem profissionais preocupados com a sustentabilidade na construção, a partir de um projeto de design de casas autossuficientes em energia.
A equipe da UFPR, formada por dez estudantes de graduação e pós-graduação, foi a única brasileira entre as 40 selecionadas para a prova e vai competir na categoria Casas Geminadas, com o projeto Sobrado Solar. Também estão inscritos grupos dos Estados Unidos, Canadá e Índia.
No dia 22 de abril, a maquete e um banner sobre o projeto ficaram expostos numa mostra ao lado dos demais concorrentes. No dia seguinte, o grupo teve 25 minutos para apresentar sua proposta e responder perguntas dos avaliadores.
O presidente do IAB/PR, arquiteto Luiz Reis, esteve presente no embarque da equipe para os Estados Unidos: “É uma conquista muito importante e que abre ainda mais espaço para pensarmos ainda mais esse tema tão importante! Parabéns a toda equipe e muito sucesso”, comenta Reis, que é especialista em sustentabilidade.
O presidente do IAB/PR, arquiteto Luiz Reis, junto com o professor do Curso de Arquitetura da UFPR, Aloísio Schmid
O projeto
O projeto Sobrado Solar consiste num conjunto de três casas geminadas que produzem a energia que consomem. A sustentabilidade está em todos os detalhes – até a localização foi planejada para que os moradores gerem o menor impacto possível sobre o meio ambiente.O terreno selecionado para instalação das casas fica na esquina das ruas XV de Novembro e José de Alencar, Curitiba. “É um local próximo ao centro, com diversos pontos de ônibus, ciclovias, hospitais, restaurantes. Assim, é possível fazer muitas coisas a pé, com transporte público ou alternativo”, explica Karoline Richter, doutoranda em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental.
O projeto prevê o uso de wood frame na estrutura e painéis fotovoltaicos na totalidade da cobertura. “São técnicas construtivas pouco difundidas por aqui. Ainda há muito preconceito contra casas de madeira e os painéis fotovoltaicos geralmente são usados apenas em pedaços da cobertura, e não integralmente”, esclarece o professor Aloísio Schmid. De acordo com ele, falta incentivo para que essas técnicas sejam disseminadas na construção civil no Brasil.
O projeto segue os conceitos da arquitetura bioclimática – o que inclui desde a escolha da posição das casas no terrenos até a presença de aberturas que privilegiam o uso da luz natural. O receio com a emissão de radônio, um gás liberado com mais força quando a terra é revirada, algo muito comum nas obras dos Estados Unidos e que aqui não é divulgado, está presente no projeto das casas e foi levado em conta inclusive na escolha da localização. O sistema de aquecimento e resfriamento com cisterna é outro ponto alto do projeto. A cisterna é enterrada, permitindo que a água armazenada troque calor com a terra e vá para as serpentinas que ficam dentro da estrutura das casas, promovendo o conforto térmico.
Para estimular o convívio e o espírito de coletividade, não há separação dos terrenos das três casas e está previsto o uso do jardim nos fundos como uma horta comunitária dos moradores. O projeto também segue critérios de acessibilidade, com características como banheiros adaptados e garagem e cômodos em tamanho que permite o giro de cadeira de rodas.
IAB/PR com informações da UFPR